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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

VAGAS LEMBRANÇAS DE UMA PÉSSIMA MEMÓRIA

Mongaguá e a história do tanque...

Eu tinha 4 anos quando fomos em Mongaguá. O tio Zé Taquara tinha uma casa colada na praia. Fomos pra lá nas férias de 79. Ou 80? Não tenho certeza. Afinal tinha 4 anos. Bom, a praia estava ótima até que, brincando de tirar retrato com um mini-binóculo do Dudu, meu primo, resolvi fazer várias poses no tanque de concreto que havia na área de fora da casa. Todos ficavam ao meu redor pois eu era o caçulinha do passeio e, muito exibido, chamava bastante a atenção. Foi quando tive a maravilhosa idéia de me pendurar no tanque. Pensei comigo: “essa vai ser um sucesso”. E realmente foi. O tanque não estava devidamente chumbado e virou sobre mim, resvalando em minha cabeça e cobrindo todo meu pequeno corpo de criança. Me lembro até aqui. Tenho na memória o momento em que soltei do tanque e caí no chão. Depois disso, são flashes na ambulância e no hospital. Meu pai conta que tirou o tanque e jogou-o longe, eu estava lá, imóvel e todo lameado de sangue. Minha mãe me pegou no colo e saiu correndo em busca de socorro. Aí que entra a tal da providência divina. Mongaguá é uma cidade minúscula do litoral paulista e, na época, não tinha nem sequer um posto de atendimento médico. Mas, ao sair da casa em direção à rua comigo nos braços, uma ambulância que fazia um atendimento por perto estava de passagem por ali. Ela saltou na frente, entrou sem explicar muita coisa e fomos em direção ao hospital de Santos, cidade mais próxima. Meu pai foi proibido de seguir a ambulância. Perdido na entrada da cidade, resolveu pedir informação a um motoqueiro na beira da rodovia que o conduziu até o hospital. Ele conta que, a caminho do hospital, sem saber da gravidade da situação, ia rezando o Pai Nosso mas não conseguia completar a frase “Seja feita a Vossa vontade...”. Forte isso, não?! Minha memória me trás o momento que entrei na maca e perguntei pra mamãe porque o “carrinho” não tinha direção... Será?! Lembro também de alguns relances da primeira noite no pronto socorro e o dia seguinte. Fiquei na enfermaria junto com outras crianças acidentadas. Apesar do susto, meu caso era o menos grave. Minha mãe estava pro lado de fora do hospital aguardando horário de visita. Eu ficava sentado no corredor do hospital olhando para janela alta onde ela apontava e ficava me olhando. Uma enfermeira que, provavelmente não tinha filhos, quando me viu ali, fechou a cortina e passou fita crepe para que eu, sabe se lá porque, não ficasse olhando minha mãe. Eu arrancava a cortina chorando e chamava pela mamãe. Só me acalmava quando ela aparecia novamente. Ficava lá até a dona má do hospital surgir e fechar mais uma vez a cortina... Fiquei dois dias no hospital e levei 13 pontos na cabeça. Era o prêmio da loteria esportiva da época! 13 pontos! Voltamos pra casa da praia. Meu pai não conseguiu mexer no tanque que estava lá no chão de tão pesado que era. Pois é. Voltamos Pra Mongaguá no ano seguinte e o meu tio me cobrou o concerto do tanque. Acho que ainda estou devendo. Hoje, já vi várias reportagens de acidentes idênticos onde as crianças não tiveram a mesma sorte que a minha. Providência é providência.

6 comentários:

  1. Pois é meu priminho querido! E eu também estava aí nesta história. Nós, os adolescentes estávamos na praia e quando voltamos já tinha acontecido tudo! Graças a Deus deu tudo certo!
    Beijinhos.

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  2. Vc esqueceu de dizer que foi o tanque que te deixou assim...
    Beijinhos
    Ana Paula

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  3. Pois também. Eu fazia parte da turma das crianças desse mesmo passeio. Foi em janeiro de 1980 e eu tinha 11 anos. Como irmã mais velha do "ferido" fiquei, junto com o Gustavo, sem pai e sem mãe, mas com a tia Mainha e a Titê cumprindo esse papel perfeitamente. Me lembro perfeitamente da tia Mainha lavando a "sangueira" com a costumeira calma que é peculiar de toda a família da Vó Chiquinha. Não sei como estava o coração dos adultos, mas o meu e o do Gu... me lembro muito bem tb da nossa angustia de medo de perder nosso cçulinha. mas graças a Deus temos uma mãe que reza e trouxe o Dani de volta são e salvo. Quer dizer, salvo sim, mas são.... sabe-se lá.
    Mais beijunhos no seu coração

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  4. querido, primo talvez se lembre de mim, estava,lá nesse fatidico dia, e sem palavras do pânico que tomou conta de todos, mas hoje podemos até rir e fazer piadinhas sobre o fato, mas sem duvida temos também boas lembraças daquele tempo.Abraços a primaiada de Pedralva.
    Luiz (filho do Zé Taquara)
    p.s. a casa ainda está lá com o tanque bem firme e a disposição de voces.

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  5. Pois é!! lembro sim...
    Será q eu ainda estou devendo mesmo o conserto do Tanque??? hehehe

    Abraço pra todo mundo... manda seu mail pra gente manter contato..
    o meu é: danielpedralva@yahoo.com.br
    Feliz Natal e um super 2009!!

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  6. meus emails são
    zetaquara@zetaquara.com.br
    ze.taquara@uol.com.br
    zetaquara@hotmail.com

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