Procure no blog por aqui!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Gajan Kristnaskon kaj Feliĉigan Novan Jaron

Esse título estranho, nada mais é do que um sonoro FELIZ NATAL E FELIZ ANO NOVO. Só que escrevi em ESPERANTO... Sei lá por quê... Talvez por ter o mesmo sentimento do criador desse idioma na tentativa frustrada da união de todos os povos... Então tá, falemos das festas de fim de ano... Para o nosso mundo ocidental, temos o natal, o nascimento do Messias. Do menino Deus. Para Cristãos e Ateus, é feriado. E isso que importa. Já um outro mundo, este, capitalista, tem uma outra leitura e transformou essa data cristã em uma enorme máquina de dinheiro pagã. Abaixo a hipocrisia natalina! É preciso reacender a chama humana de amar ao próximo o ano todo... Não estou e nem quero aqui pregar teorias, dogmas ou apologias de qualquer outra coisa ou nada. Não é isso. Sou apenas um rapaz latino americano que quer um mundo melhor. E bem melhor. E não só pra mim, mas para todos os habitantes deste que, por enquanto, é o único mundo que temos. Sabe se lá até quando. Só queria tentar gritar aos quatro cantos que nessa época do ano, afloram-se todos os instintos de obrigações e deveres... Todos vão às compras e separam um presentinho para o irmão pobre. Uma cesta básica para aquela família. Coitadinho deles... Estão com fome e não terão ceia de natal... Lamento informar que eles estão com fome o ano todo!!! Claro que a culpa não é nossa! Pelo menos minha, tenho certeza que não é. Mas não posso e nem podemos ficar de braços cruzados perante uma desigualdade absurda que nos cerca. E não custa nada, para alguns de nós, prováveis classe média, que gasta facilmente cinqüenta míseros reais em uma simples noitada em qualquer restaurante, olhar um pouco para o cara do seu lado que vive e sustenta 4 filhos – ou mais – com os mesmos cinqüenta por semana. Às vezes por mês. E, às vezes, nem isso! Vamos mexer essa nossa bunda gorda de poltrona e ajudar, sendo cristãos ou não, o nosso próximo sempre que pudermos ou sempre que ele precisar assim como pregava o carinha lá do presépio. “Amar ao próximo como a ti mesmo”. Não é isso? No mínimo, faz um bem danado pro ego saber que temos algo mais a oferecer além do nosso trabalho remunerado! Mas será que adianta?! Você só tem esse tipo de compaixão durante o natal. É o Espírito natalino invadindo nossos poros. Vamos fazer o bem! Vamos ajudar o próximo! Vamos festejar... Papai Noel, Amigo Oculto, arvore de Natal, Presépio... Pois é. O Natal passa e nós estamos alguns reais mais pobres e muitos quilos mais gordos. E esse tal espírito de Natal acaba morrendo intoxicado pela bebedeira das festas e não dura nem até a virada do ano. Aliás, a virada... Nossa vida é um amontoado de dias e mais dias intermináveis. Acorda, trabalha, estuda, diverte e dorme. Peguem isso e multipliquem por, sei lá, 30 mil repetitivos dias! Começa na sua fecundação e termina no seu funeral. Tudo que você fizer entre essas duas pontas é medido e separado por esse tal de dia. Esse mesmo que dura 24 horas e por aí vai. Mas como seria cansativo e rotineiro se nossa vida não tivesse essas divisões? Infância, juventude, velhice. Colégio, faculdade, trabalho. Solteiro, casado, separado... Essas divisões transformam nossa vida, dão cadência, quebram rotinas e criam novas experiências. A virada do ano vem com esse princípio. Começar uma dieta, parar de fumar, comprar uma casa, aprender falar Esperanto. O renovar toma conta de todas as culturas do mundo. Qual a diferença do dia 1º de janeiro para um outro dia qualquer se não a idéia de renovação? Começar de novo, criar. Estabelecer novas metas, fazer uma analise desse pedaço de tempo que ficou pra trás chamado de ano velho e tentar não cometer as mesmas besteiras passadas neste novo que se inicia. Pois é... A mágica do recomeçar transforma a mesmice em uma novidade extremamente louca e ficamos ansiosos para fazer as mesmas coisas por mais um ano. Porém, em uma época diferente. Um ano diferente. Essa é a essência. Por mais iguais que sejam os anos com seus intermináveis 365 dias, nunca teremos nenhum repetido. Portanto, haja o que houver, vamos curtir do jeito que der cada segundo dessa nossa curtíssima vida porque só temos uma e é essa aqui! E ela passa voando. De repente somos adultos... Casados... Com filhos... Netos... Bisnetos... E aí, quando formos apenas um retrato na parede, alguém vai olhar pra ele e dizer: “Esse cara soube curtir a vida!”

Um comentário:

  1. Compartilho com você esses sentimentos ambíguos. Fico sempre pensando nesses contrastes absurdos que existem nesse nosso mundo de doidos. Isso porque o homem é racional. Já pensou se não fosse? Acho até que seria melhor se o homem fosse só sentimental, emocional, espiritual. Esse racionalismo todo é que está complicando tudo...

    ResponderExcluir