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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mais uma da série: VAGAS LEMBRANÇAS DE UMA PÉSSIMA MEMÓRIA...

A BMX com Freio a tambor do Tetê no Natal.
Igual da foto... eu acho...



O ano era 1984. Natal de 1984. Eu acho... No dia seguinte, nos reunimos na casa da tia Chiquitinha pra brincar. Eu, Laís, Ricardo e Tetê. 8, 7, 6, 5 anos. Nessa ordem. Mais ou menos... O Tetê havia ganhado uma BMX modelo XYZ com freio a tambor. Ele lembra direitinho do modelo da bendita. Na época, ainda estava aprendendo andar, então a magrela possuía aquelas rodinhas laterais. Na brincadeira, inventamos de descer pela calçada montados na BMX. Subia empurrando alguns metros, montava nela e eu, o mais velho, mais responsável e mais forte, no auge dos meus 8 anos, segurava a bicicleta bem em frente à garagem da casa. Cada hora um. Laís, Ricardo, Tetê... Até que tivemos uma idéia boa: Vamos subir até a esquina!!! Vamos!!! E lá se foram morro acima, Laís e Ricardo. Até a esquina do Seu Arlindo, em frente à casa do Tio Zé Hilton. Na Época, da Tia Lourdes. O Ricardo se ajeitou sobre a Bicicleta, segurou firme naquela espuminha que tinha no centro do Guidão e despencou lá de cima. Acelerando, acelerando, acelerando... Percebi que não ia dar conta de segurar e comecei a gritar: “Freia Ricardo, freia!!!” Mas ele, segurando firma na espuminha, não se moveu... Apenas arregalava cada vez mais os olhos à medida que ia ganhando velocidade. De fato, eu não ia conseguir ampará-los e saí de lado. Apenas puxei a bicicleta quando ela passou por mim. Naquela época, eu ainda não conhecia a primeira lei de Newton:
Lex I: “Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare.”
Ou, em bom português:
Lei I: “Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.”

Neste caso, o Corpo em questão, era o do Ricardo sobre a bicicleta.... Ele não largou da espuminha e, é claro, eu não consegui segurá-la totalmente. Resultado, eles continuaram o percurso. Só que de lado e, como diria, capotando morro a baixo... O Ricardo se estatelou de cara no muro, criando um gigante galo na testa e muitas escoriações pelo corpo. Ele tinha uma característica peculiar para as crianças daquela idade: não chorava. Fez um beiço enorme e ficou lá sem, ao menos, olhar na minha cara... Quando estava tentando acudi-lo de alguma forma, veio o Tetê esbravejando: “MINHA BMX XYZ FREIO A TAMBOR!!! VOCÊ VAI TER QUE PAGAR!!! VOCÊ ESTRAGOU...” Fomos verificar e, realmente, o banco novinho estava com um baita rasgo na lateral. Fiquei apavorado! Não me lembro bem, mas acho que tentei por a culpa na Laís, afinal, foi ela que levou o Ricardo lá em cima. Nada mais justo!
Minha memória para por aqui e volta apenas no dia seguinte, lá no Clube de Campo. Tudo resolvido! O Tetê estava feliz da vida com sua BMX XYZ com freio a tambor e rasgo enorme no banco, pois aprendeu andar e o seu pai me passou um esculacho bem de leve e educado, por eu ser o mais velho da turma e ter permitido tamanha arte. Pois é. Não só permiti, como ajudei a arquitetar o plano. Pura adrenalina... Entre galos e rasgos, salvaram-se todos! Até hoje damos boas risadas quando nos lembramos da cara do Ricardo descendo a mil, segurando na espuminha da BMX... Mas ainda estamos devendo o banco pro Tetê. Ou eu, ou a Laís.

Um comentário:

  1. Quase morri de rir! Fico imaginando o Ricardo com o olho mais arregalado ainda!Dá pra arregalá mais?Beijinhos.
    Amo vocês! Thais

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