Sir Paul McCartney in Sampa

Paul-McCartney

Chegamos a São Paulo por volta das 12h. Apesar de todas as previsões indicarem chuva, São Pedro, um beatlemaníaco de carteirinha, deu um jeitinho de constranger todos os cientistas do tempo a abriu aquele sol. Sondamos as filas, que já estavam bem grandes, e fomos caçar um almoço em um shopping por perto. Por onde andávamos, respirávamos o show. Camisetas, botões, fantasias, faixas... Tinha de tudo. Vestindo e vendendo... A galera preparou uma faixa enorme com os dizeres: “PEDRALVA IS HERE AGAIN 1990-1993-2010” confirmando a presença em todas as suas aparições. Voltamos para o Morumbi, por volta das 14h e a fila aumentara consideravelmente. Não estávamos preocupados com o gargarejo, salvo algumas exceções que já estavam cozinhando na fila, então, buscamos a sombra de uma árvore no estacionamento em frente a bilheteria. Rapidamente fomos localizados e localizamos 90% dos pedralvenses – nascidos, criados e afins – que estavam por lá... Recebi uma mensagem dizendo que uma foto nossa, debaixo da árvore, foi parar em um portal de notícias na internet (*). De repente, um auê enorme na saída dos carros. Era o Paul que, em um gesto de simpatia, quase saiu pela janela para acenar pra multidão. Pois é... O tempo foi passando, os portões abriram por volta das 17h30. Fomos pra fila e rapidamente entramos pra pista. Neste momento, nos separamos de muitos pois nem todos iriam assistir o show do mesmo local. Entramos às 18h, buscamos um lugar legal, e sentamos no chão. Afinal, faltava ainda 3h30 para o show. A estrutura impressiona. Palco gigante, telão gigante, grua gigante, iluminação e canhões de luz pra todo lado... Em fim, uma estrutura gigante! Talvez menor apenas que o Paul McCartney. Conversa vai, cerveja vem, lanche, água, água, água... Novos amigos de toda parte com pensamentos iguais surgem constantemente em um ambiente desse... Muito legal! Em uma de minhas idas ao banheiro escutei um forte coro: “Ô PEDRALVA!!!” quando olhei pra arquibancada, lá estava mais um amigo “perdido” com sua turma! Tirei uma foto, mas ficou horrível! O tempo foi passando e às 21h as luzes se apagaram e começou uma seqüência de fotos e músicas mixadas dos Beatles e do Paul. Alertei: lembrem-se da Pontualidade Britânica! As 21h40... Aí é só pra quem estava lá... Já não dá pra (d)escrever... Foram 3h sem parar de show! Sem sair do palco. Sem tomar um copinho de água... Aos 68 anos, esbanjou vitalidade, correndo de um lado pro outro. Muito Beatles, muito Wings, muita músca... uma banda com uma força ao vivo ES-PE-TA-CU-LAR! Destaque para a explosão e os fogos do “Live and Let Die”. As 3 horas passaram voando... Ao final do show, ainda ficamos sentados por mais alguns instantes tentando absorver e acreditar em tudo aquilo que passamos antes de voltar para o ônibus que nos levaria de volta a Pedralva... O cansaço foi tamanho, que quase não me lembro da viagem. Dormi praticamente todo percurso. A vida continua, só que bem melhor... Mais um sonho realizado!

(*) - http://entretenimento.r7.com/musica/fotos/multidao-espera-por-paul-mccartney-em-sp-20101121-26.html#fotos


Pós-McCartney

Ainda estou fora do ar de ter participado desse show espetacular. Mas, entra as conversas e constantes perguntas dos amigos que foram e que não foram, me veio uma coisa interessante. Esse cara, o Paul, não precisaria de nada disso. É um ex-beatle, o de maior sucesso na carreira solo, vendeu zilhões de discos, CDs, DVDs e filmes, ganhou tudo que é prêmio possível, bateu todos os recordes da área, tem sua música gravada, talvez, em todos os países do mundo por todos os idiomas possíveis, passou todos os seus 50 anos de carreira no topo e não tem que provar mais nada pra ninguém. Ele fez gigantes como Barak Obama, Milton Nascimento e Bruce Willes, se curvarem como tietes. Mas, como é um Sir, britânico e absolutamente educado, entrou no palco na hora marcada e fez um show de 3 horas sem parar. Pra nenhum fã criticar. Só isso! Tem bandinha por aí que emplaca uma abertura de novela e já fica “se achando”. Faz showzinho de 1h com um atraso de 3h pra começar... Aí, cabe a pergunta: quem será lembrado daqui a, sei lá, 300 anos? Eu sei a resposta...