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quarta-feira, 30 de julho de 2008

O Punho

O punho quer ser poeta.
Antes fosse o punho
Dono da própria dor.
Mas o punho não sabe escrever
É escravo de outras dores
Que ele próprio não sente...
Mas
O punho quer ser poeta...
E de querer ser, intercede
Ao cravar em pauta
A cicatriz da dor que não sente.
Mas transcende
Na mais pura
Poesia...

sexta-feira, 11 de julho de 2008

o som das palavras...

Às vezes escrevo apenas pela sonoridade das frases. Não sei se é apenas uma viagem minha mas, às vezes, a música dos fonemas me agrada mais do que a própria poesia... experimente, talvez vc tenha o mesmo problema q eu!


O distúrbio de um incompleto esqueleto
Invade a luxúria que inunda
a mansão de luz.
E a pobre alma,
Que de lutar, perdeu as asas,
Caiu por terra
Quando completos dedilhados
Firmes e absolutos rompem o enrijecer da carne vã.
E,
Depois do último cigarro,
adormecem, inúteis, em lençóis de sangue...

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Música Popular Brasileira...

Vi uma entrevista onde definiram duas vertentes da música. A cultural e a de entretenimento. Fui obrigado a discordar, pois a dita música de entretenimento, na maioria dos casos, não é música. Do dicionário, temos que a música é a arte e a ciência de combinar os sons de modo agradável ao ouvido. Então, eu me dou à liberdade de excluir várias vertentes ditas pelo simples fato de não me agradarem. Tem-se por aí sons que enriquecem gravadoras emitidos por “cantores” que dizem “cantar” sua realidade. São pessoas com histórias de vida lindíssimas, mas, que ao invés de um livro, preferem gravar um CD sem nenhum compromisso musical. É claro, livro não vende.

Fiquei com vergonha quando vi algumas dessas novas vertentes de “música” se rotulando como MPB. Mas a pobre da MPB teve que engolir, inclusive eu, que se é brasileira e é popular, é MPB. Só não consegui enquadrá-las na sigla por causa do “M” mas essa foi só a minha opinião. Resolvi, então, mudar o nome do meu gosto, pois quando eu dizia gostar de MPB, poderia estar me juntando à vulgaridade da atual sonoridade popular brasileira. Até porque, posso dizer tranqüilamente que a música brasileira que eu gosto não tem nada de popular.

Enquanto os dinossauros sobrevivem pois conseguiram seu espaço nas décadas passadas, hoje em dia temos que engolir um quintilhão de “músicas” clonadas do mercado europeu e americano e os nossos bons músicos ficam procurando um lugar ao sol tocando em barzinhos e pizzarias. Portanto, eu não gosto de MPB, eu gosto de MDB: Música Desconhecida Brasileira!

Soneto ao mau doente (Ressaca)

Perdoe o mal que faço, inconsciente.
Ao proferir palavras e deslizes
Se existe a dor que causo inconseqüente
Cravam-se em mim profundas cicatrizes.

Quando estou submerso em mar de crises
De embriagues ou raiva intermitente
Devaneios e gestos infelizes
Sucumbem lucidez de minha mente.

Mas na manhã, por ontem esquecida,
O trauma se faz força arrependida
Pisar no chão imundo do passado.

A promessa de sempre repetida
Faz presente no fato enaltecida
E o dia se refaz amarrotado...

terça-feira, 1 de julho de 2008

Sonoros sons e afins

Gosto de ouvir a cadência sonora de uma frase bem dita.
Bendita frase...
Seu sentido é secundário, segundo plano.
Como se outrora fosse uma outra qualquer língua, perdida na raiz do mundo.
Enraizada na história.

Me deleito em ouvir um sonoro soneto em voz, pausada e ritmada.
A vibração transcende o tímpano e jaz, no peito, em fibrilação.

É fúnebre o possível trauma de não poder ouvir...
Ecoaria um profundo silêncio na alma.
E cairia em suicídio póstumo.